Empresa muda estrutura logística para melhorar eficiência e garantir disponibilidade de produtos
O crescimento trouxe problemas para o grupo atacadista Roldão. Se quando a empresa contava com poucos pontos de venda fazia sentido realizar a entrega de produtos loja a loja, com o tempo esse modelo passou a trazer mais dificuldades. Com lojas pequenas (para um atacarejo), com área média de 3.500 metros quadrados (contra 5.000 metros quadrados dos concorrentes), há menos espaço no PDV para armazenamento, e a ruptura cresceu. “Passamos a ter ruptura em itens de alto giro e naqueles em que a entrega não formava carga”, lembra Karina Tenório, diretora comercial e de supply chain da rede.
Em 2012, depois de estudar e pedir propostas para várias empresas prestadoras de serviços logísticos, a escolhida foi a Intecom. Atualmente, a fornecedora centraliza o recebimento de grande parte dos produtos da varejista e faz o picking e a distribuição para os 24 pontos de venda da rede. “Toda a linha seca passa pelo CD, de onde abastecemos as lojas diariamente com até duas entregas diárias”, afirma Rodrigo Boniaris, gerente comercial da Intecom.
O processo logístico tem alguns aspectos típicos do atacarejo, com o nervosismo típico do varejo mas com itens que, mesmo comprados em quantidade, têm um valor agregado baixo e não faz sentido armazenar, como é o caso de papel higiênico e fraldas, entre outros. “Nesses casos investimos em uma operação flow thru, em que a demanda de recebimento no CD é programada e os pedidos já são fracionados para envio às lojas”, comenta Boniaris. Como o item vai direto do recebimento para a expedição, diminuem o tempo e o custo de armazenagem, o que diminui a ruptura no PDV e amplia os ganhos financeiros.
“Reduzimos a ruptura em 30% e todo mês diminuímos mais um pouco”, conta Karina. Além disso, os produtos que faltam na gôndola normalmente são os de baixo giro, o que reduz seu impacto sobre o resultado da operação. O custo da mercadoria vendida também caiu, uma vez que, com um CD, o Roldão passou a centralizar volumes que geram compras maiores. “Com isso consigo negociações melhores com os fornecedores, o que aumenta minhas margens”, explica Karina.